quinta-feira, 30 de abril de 2009

CRAMOL - EXPO 98 em 13 AGOSTO e na GUARDA 25 ABRIL 2009

25 de ABRIL de 2009 na GUARDA





CRAMOL no TEATRO MUNICIPAL da GUARDA DIA 25.04.2009
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CRAMOL participa no Concerto de ISABEL SILVESTRE
na EXPO98 a 13 de Agosto

Mm...Os "OLHARAPOS" da EXPO98
EXPO98*JOSÉ BARROS dos "Navegante" antes do ensaio no Anfiteatro junto ao palco flutuante na Doca dos Olivais.
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CRAMOL na VII edição de "CANTIGAS de MAIO" no SEIXAL
dia 24 de Maio de 1996
ASSOCIAÇÃO JOSÉ AFONSO
Quem teve a possibilidade de ouvir e estudar a música tradicional dos povos compreende que José Afonso tinha toda a razão em chamar a atenção para a sua importância. Se já somos sensíveis à preservação do ambiente, da atmosfera, das espécies animais e das plantas, da qualidade de vida, então entenderemos também que as nossas múltiplas raízes musicais não se podem deixar sufocar ou morrer. Há sim que preservá-las e dá-las a conhecer.Com o Festival de Música Tradicional queremos, através das diferentes expressões musicais de raiz popular no mundo, chamar a atenção para diferentes culturas, diferentes costumes e diferentes formas de pensamento, e n o apreciar desta diferença perceber que se cresce em solidariedade, tolerância e respeito pela diversidade.A natureza é diversa e o homem, parte dela, é diverso também. A música aproxima os povos e a música tradicional, longe da massificação com que nos bombardeiam diariamente, faz dessa aproximação uma riqueza inegociável num mundo de dinheiro, de concorrência desenfreada, do "Senhor Moeda".A diferença de que falamos, não só na música, mas em tudo na vida, mais do que tolerada, deve ser plantada, divulgada, promovida, para que não nos esterilizem num mundo em que a "coisa única" cada vez mais nos ferra o dente!Integrando as manifestações musicais numa acção mais alargada, desde exposições diversas até ao teatro de rua, pretendemos afirmar uma vivência comum e uma comunicabilidade artística, que tenha a rua como palco e como origem. Propomo-nos desenvolver cada vez mais, uma acção de carácter internacional e com larga projecção nacional, produtora de experiências, que possam ser retomadas noutros locais.Sensibilizar os agentes culturais para o facto de que as iniciativas desta envergadura poderão e deverão realizar-se fora da grande cidade, embora aceitando os riscos, tal como noutras actividades, da descentralização.Congregar, dinamizar e estimular cidadãos de reconhecida capacidade cultural, não só do local, mas de todo o país, para um projecto que, pela diferença, motivação e patrono, possibilite um novo entusiasmo.
edições anteriores
1996 Tuna de Carvalhais (Portugal) Cramol (Portugal) Muyeres (Asturias) Gaiteiros de Lisboa (Portugal) La Ciapa Rusa (Italia) Berrogüetto (Galiza) Njava (Madagascar) Salif Keita (Mali)Sainkho (Tuva) Grupo de Zés Pereiras "Os Vilacondenses" (Portugal)

Cramol na Igreja Matriz Oeiras - 10 Jan 2009






Cramol canta na Igreja Matriz de
Oeiras


10 de Janeiro 2009



1. Entrai pastores, entrai - Ferreira do Alentejo
2. Pastores do Verde Prado – Alpalhão/Alentejo
3. Senhora da Graça – Cancioneiro de Resende
4. Beijai o menino – Freixenosa/Miranda do Douro
5. Ó meu pequenino – Cancioneiro de Resende
6. As 3 Ind´ligências – Urrô/Cancioneiro de Arouca
7. José embala o menino – Monsanto/Beira Baixa
8. Senhora do Alívio – Viana d’Castelo/Minho
9. Senhora Sant’Ana–Merujal/Cancioneiro de Arouca
10. Aleluia – Roças/Cancioneiro de Arouca
11. S. Gonçalo - Amarante
12. Reis – Chaves/Trás-os-Montes
13. Ó Avé Maria – Cancioneiro de Resende
14. Senhora dos Remédios – Idanha-a-Nova/Beira Baixa
15. Senhora Santa Combinha – Vouzela/Beira Alta
16. Estas casas são bem altas–Granja de Mourão/ Alentejo
17. Cantiga dos Reis – S. João do Campo/Gerês/Minho
18. Janeiras – Covilhã/Beira Alta
19. Boas Festas – Estombar/Algarve
20. Os três reis já são chegados –Cancioneiro de Resende
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CD do CRAMOL "VOZES DE NÓS" 2007








oo0oo0oo CD à venda nas Lojas FNAC

Quaisquer informações:
Biblioteca Operária Oeirense - Rua Cândido dos Reis, 119 - 2780 Oeiras
Telef. 21 442 6691
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IELT- Instituto de Estudos de Literatura Tradicional/FCT

#############################################################
EDITORA: OCARINA Joaquim Balas (+351 969002573)
Rua Quinta de Santa Marta, 2L
1495-171 Algés PORTUGAL
Tel:+351 214121136 Fax:+351 214121140

http://www.ocarina-music.pt/
CRAMOL Andreia Lopes; Ana Filipa Lopes; Anabela Leitão; Antónia Bastos; Aurora Rica; Carminda Antunes; Cláudia; Cristina Carmo; Fernanda Gomes; Helena Cunha; Graça Serrão; Isabel Carmo; Lídia Fidalgo; Margarida Antunes; Margarida Veloso; Maria Alice Teles; Maria Eugénia Miranda; Pilar Barros; Rita Quintela; São Cabral; São Lança; Teresa Rebelo; Teresa Samora e Zézinha.

MICHEL GIACOMETTI 1995

JORNAL BLITZ 02 NOV 95
























CARTAZ do EXPRESSO de 07 de Outubro de 1995


OS MISTÉRIOS DA VOZ no JORNAL BLITZ 02 de NOVEMBRO de 1995





CRAMOL 14 de Outubro de 1995

21.30 Museu Nacional Machado de Castro Cramol, participação integrada no painel/debate "A recolha"
VIII Jornadas de Cultura Popular: Vozes, Ritmos e Gestos por Michel Giacometti 7 de Outubro a 2 de Novembro de 1995 Michel Giacometti, o "senhor francês", como ficou conhecido entre as gentes rurais, chega em 1959 e, verdadeiramente deslumbrado com a riqueza cultural dum Portugal fundamentalmente rústico, entrega-se sem hora de regresso, à causa da recolha e do estudo sistemático de múltiplas manifestações populares. Trinta anos depois encontramos no panorama nacional, a par dos ranchos folclóricos nascidos no tempo da "produção folclórica" de meados deste século, novos "grupos etnográficos" seus herdeiros directos mas cuja "missão" se pressupõe mais valorosa: a sua actividade partirá de recolhas das manisfestações seculares das suas terras culminando em apresentações ludicopedagógicas um pouco por todo o lado. Como encará-los à luz das novas ideias da "verdade" etnográfica? É aqui que também nós, GEFAC, procuramos as respostas. É nossa intenção proporcionar um espaço de reflexão e discussão sobre os problemas actuais da antropologia (mais especificamente da etnomusicologia) e sobre a vida e obra de Michel Giacometti, um dos mais completos etnógrafos que trabalhou em Portugal. Por fim, gostaríamos de falar das gentes destes dias que foram às fontes da terra beber as vozes antigas fazendo-as novas, descobrindo novos sons. Em 1960, convidei para minha casa grupos de 15 a 20 intelectuais - políticos, escritores - a quem dei a ouvir as primeiras gravações de Trás-os-Montes. Foi um desastre. Alguns chegaram a dizer que aquela não era música tradicional portuguesa, quando chegámos às gravações mirandesas. (...) Era um fenómeno corrente nos países do Terceiro Mundo, onde as elites gostam de se divorciar da cultura popular Michel Giacometti in PÚBLICO, 05-08-1990
CANTAR/FALAR
ANA PAULA GUIMARÃES Nós de Vozes
Situemo-nos agora dentro do paradigma romântico e da idealização face à origem da linguagem pela via do canto e da poesia – incorreremos primeiro no risco do evolucionismo unilinear – para passarmos, posteriormente, a reflectir sobre o binómio canto/fala a partir das investigações e prática pedagógica de Frederick Husler.
Cantar e falar não seriam, segundo Rousseau em 1768, diferentes capacidades, diferentes registos da voz. Não existiria na vos única, primordial, distinção entre cantar e falar. No seu Ensaio sobre a Origem das Línguas, adianta, aliás, que essa voz única “para falar e para cantar” não deriva “das necessidades mas das paixões”. Se “as necessidades” ditaram os primeiros gestos”, foram as paixões “que arrancaram as primeiras exclamações”, a voz. *

*Jean-Jacques Rousseau, Ensaio sobre a Origem das Línguas. Lisboa, Estampa, 1981, pg. 47.

A VOZ

Jornal a Página da Educação

Ano 17
Nº 184
DEZEMBRO 2008

As vozes e os donos delas
A voz
é o instrumento mais ágil e versátil que existe e não é de admirar que o tema suscite a atenção generalizada. Contraditoriamente, aparece muita gente que sempre se lamenta de nunca ter aprendido um instrumento musical, que... "eu até tinha jeito para a guitarra... para o piano...", etc., etc., mas raramente se referindo à voz como instrumento e à necessidade de aprender a utilizá-lo.
Já por duas vezes se abordou nestas páginas a questão da voz, nomeadamente através da entrevista ao tenor Rui Taveira e a propósito do livro de Margarida Vieira. Também já se sugeriu que do ponto de vista pedagógico e mesmo do ensino formal, o estudo da voz podia (e devia) sair das Escolas de Música (onde se aprende canto).

Hoje poderíamos fazer uma rápida apreciação de alguns grupos musicais que têm colocado a voz in relievo. A saber, e para que conste como traço da década 90:
- o quarteto masculino de Lisboa, Tetvocal;

- ainda em Lisboa, o coro feminino Cramol;

- no Porto, o sexteto masculino Vozes da Rádio e octeto misto Canto Nono.

Apontando algumas características gerais sobre estes grupos, temos:
- com excepção do Cramol, surgiram nos inícios dos anos 90;

- cantam "a capella" (a tradição em Portugal é de grandes grupos corais - associações, coros universitários, etc.);
- executam uma música diferente do que se convencionou chamar música clássica;
- têm trabalhos discográficos editados (o que coloca questões técnicas, de mercado).
Quanto ao "fenómeno" que deu origem a estes grupos, está por explicar, sendo que o facto até talvez nem seja relevante. Mais interessante seria saber porque optaram por não fazer música clássica, quando no nosso país não existe qualquer tradição daqueles géneros musicais-vocais. Neste aspecto são grupos pioneiros. Há quem avance uma explicação: não há compositores para a música vocal clássica do século 20. Se assim é, então estamos perante um problema.

Seja como for, a utilização da voz é nestes grupos uma autêntica novidade (sobre a "socialização" destas propostas vocais não queria de momento adiantar mais nada por se tratar de outra questão).

Um registo final para a recente edição discográfica de João Lóio, onde a voz aparece em diferentes registos. Sabe-se também estar na forja a gravação de música vocal clássica por um grupo coral universitário do Porto; atendendo à qualidade do grupo e à diminuta oferta no mercado discográfico de grupos corais clássicos portugueses, é de ficar na expectativa.

O importante seria é que "o jardin cerrado para muchos", fosse aberto para todos. Mas isso entretanto seria uma outra longa história.
Guilhermino Monteiro


A voz humana é produzida pela vibração do ar que é expulso dos pulmões pelo diafragma e que passa pelas pregas vocais e é modificado pela boca, lábios e a língua.O Timbre da Voz Humana
O
timbre da voz humana depende das várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais. Aí se incluem as cavidades ósseas, cavidades nasais, a boca, a garganta, a traquéia e os pulmões, bem como a própria laringe.
Os seis timbres vocais mais conhecidos sao os de
baixo, baritono e tenor para os homens e soprano, mezzo e contralto para mulheres, apesar da existencia do baritenor, do contra-tenor, entre outros.

CRAMOL NOS AÇORES 4 e 5 de Abril de 2009

MUSICAtlântico traz grupo CRAMOL à Ribeira Grande e Praia da Vitória
A Direcção Regional da Cultura da Presidência do Governo promove no próximo fim-de-semana, na Ribeira Grande (dia 4) e Praia da Vitória (5), um espectáculo com O coro feminino “CRAMOL”, integrado na Temporada MusicAtântico.




























O programa do concerto incluiu temas da Quaresma à Páscoa, passando pelas cantigas de trabalho e de enamoramento que celebram a natureza, o amor e a vida. Constituído por 18 elementos, o CRAMOL canta música tradicional portuguesa “a capella” ou apenas com o acompanhamento do Adufe, procurando construir os seus concertos entrecruzando os ciclos davida, da natureza e o religioso. Integrado exclusivamente por mulheres, o CRAMOL surgiu em 1979 em Oeiras, tendo já actuado em centenas de concertos e espectáculos em Portugal e no estrangeiro. Entrecruzando em canto o sagrado e o profano, o ciclo da vida, o ciclo da natureza e o ciclo religioso, procura dar a conhecer a essência do canto da mulher rural no seu quotidiano.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cramol e Vocal Dacapo no Eunice Muñoz 10 FEV 2008

ENCONTRO de COROS

em OEIRAS

VOCAL da CAPO e CRAMOL

no Auditório

EUNICE MUÑOZ
Dia 10 de Fevereiro de 2008

MAESTRO : EDUARDO PAES MAMEDE,
nasceu em Lisboa e estudou no Centro de Estudos Gregorianos. Foi aluno de Frederico de Freitas. Teve iniciação na pedagogia Orff e frequentou o Curso de Educação pela Arte do Conservatório de Lisboa. Como investigador desenvolveu trabalho de campo para recolha e estudo de Música Tradicional durante a década de 70. Como divulgador colaborou nos suplementos “Mosca” e “Ponto” do Diário de Lisboa, “Musicalíssimo”, “Portugal Hoje”, “O Jornal”, e no programa “Rimas e Rumos” (Rádio Comercial). Conferencista sobre temas de música popular urbana (Holanda 1989). Como actividade pedagógica refira-se a sua participação como monitor em diversos Cursos e Encontros de Animadores Culturais (áreas de Musica e Som) e ainda a direcção de coros e grupos instrumentais. Dirige, desde Setembro de 1994 o Grupo Vocal Da Capo de Carcavelos e o Cramol – Canto tradicional de mulheres – desde 2003. Leccionou Tecnologias da Informação e Comunicação na Escola Superior de Educação de Lisboa.Como produtor discográfico e/ou orquestrador foi responsável, entre outros, pelos discos “Por este rio acima” (Fausto 1982), “O Despertar dos Alquimistas” (Fausto 1985), “Grupo Metais de Lisboa” (Grupo Metais de Lisboa 1983), e em produções para a RTP com orquestra, coro e solistas do TNSC (1988/89).Autor da música e direcção musical dos programas “Herman Circus” (RTP-1991), “Pós de Bem Querer” (série) de A. Torrado e F. Àvila (RTP-1992), e “Um estranho em casa” (série) (RTP – 2002)Foi responsável pelo Departamento de Produção da Sassetti (1982/85).Como autor de música para cinema participou, entre outros, nos filmes “Deus, Pátria, Autoridade” (1975) e “Bom Povo Português” (1979) de Rui Simões.Autor da música e orquestração das canções “Terra à vista”, vencedora do II Festival Internacional dos Países da CEE (Salónica/Grécia 1992), e “Sabor de Mar” representante de Portugal no XXXV Festival de Viña del Mar (Chile 1994).Em 1998 foi editado um CD intitulado “A Secreta Viagem” que inclui um ciclo de 12 canções para canto e piano com poemas de David Mourão-Ferreira e ainda um Stabat Mater para Soprano e cordas.Tem, com o pseudónimo de Hesed, um CD editado de música instrumental dirigido ao mercado exterior (2000).Desde 1981 tem trabalhado regularmente com diversas companhias teatrais (Teatro Aberto, Comuna, Teatro Nacional D.Maria II etc.), tendo colaborado, como compositor e/ou director musical em mais de 30 espectáculos.Desde 1986 que utiliza a informática como ferramenta e assistente para o trabalho musical, quer seja para as áreas da composição e produção (MIDI/Áudio), quer para a edição de partituras. É sócio cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, e foi membro da sua Direcção durante dois mandatos consecutivos (1995/2001).












Homenagem ao cramol em 08 de Outubro de 2008



Nas comemorações do 39º Aniversário do
Grupo de Teatro

INTERVALO
(incluindo o 1º Acto Clube de Teatro)
O CRAMOL
foi homenageado
no Auditório

Lurdes Norberto
dia 08 de
Outubro de 2008




O convidado especial do Cramol - Zé Mário Branco

Alice; Fernanda; Guida; Lídia; Pilar; Anabela; Graça; São Cabral; São Lança; Mizé; Rita; Antónia; Aurora; Eugénia; Isabel; Lena; Teresa e Zezinha cantaram:

1.Romance de Santa Helena -Trás-os-Montes 7. Em Maio - Manhouce
2. Alvorada - Santa Maria/Açores 8. Senhora dos Remédios -Beira Baixa
3. Digo Dai - Canc. de Lafões 9. Ó Vos Omnes - Alentejo
4. Se fores à horta - Canc. de Arouca 10. Misericórdia - Douro Litoral
5 . Ó cabo leira, ó cabo - Canc. de Arouca 11. Senhora Sant’ Ana - Canc. de Arouca
6. Pelas arrigas do linho-Canc. de Arouca 12. Agora baixou o Sol - Trás-os-Montes


Para falar do CRAMOL convidámos o DOMINGOS MORAIS


TEXTO DO CD "VOZES DE NÓS"

Quem dá voz a este CLAMOR (ou CRAMOL) que se ouve há quase três décadas em Oeiras? E porque persistem estas mulheres em aprender e partilhar saberes que não pertencem ao seu universo urbano? Ou será que pertencem, embora transfigurados e descontextualizados mas ainda apelando ao que de mais essencial caracteriza o ser humano?

Talvez o segredo esteja no processo. Nos ensaios em que o tempo e lugar a que pertencem no seu dia a dia se esbatem e dão lugar a um cerimonial em que a voz e o corpo se soltam e revelam novos sentidos. São assim capazes de embalar sem ter de adormecer, chamar como se estivessem no alto de um monte, invocar trabalhos que já não existem - do linho, das mondas, da apanha da azeitona. E amam e sofrem sem objecto visível, inventam romarias e festas, lançam preces, esconjuros e maldições, fazem encomendações, rezas e promessas cantadas a Divindades que quase deixaram de as acompanhar.

A Terra e os seus frutos são temas constantes, marcando talvez a mais sólida ligação com o seu Tempo, no respeito e gratidão de quem dela depende, agora e sempre. E a Palavra que nasce e se organiza em textos cantados de uma poética deslumbrante.

Quem passa por este processo como que renasce ao estabelecer os elos que permitem compreender o que é ser Mulher. As lições recebidas nessa nova liturgia do Canto terão talvez transformado as suas vidas, dando-lhes instrumentos únicos para ler o Mundo. E premiou-as, pela sua dedicação e persistência, com o mais vasto repertório de canto no feminino de todas as regiões de Portugal, alguma vez foi conhecido por um único grupo.
Será que este CLAMOR chegará a outras mulheres (e homens)?

Domingos Morais


sexta-feira, 24 de abril de 2009

16 DEZ 2007 na FÁBULA URBIS

Na FÁBULA URBIS Dezembro 2007
DOMINGO, 16 19h00
RECITAL do CRAMOL

Cantigas de embalar da tradição popular portuguesa,
por elementos do grupo polifónico feminino
CRAMOL "VOZES DE NÓS" (2 CD)

NOVIDADES ”Vozes de Nós” - Cramol Fornecedor: Ocarina Tipo: CD-Duplo € 16.50

Depois de onze anos, Cramol regressa ao registo fonográfico e apresenta o seu novo trabalho - Vozes de Nós. Numa busca permanente de sons ancestrais e das suas sonoridades atávicas, um grupo de mulheres junta-se, em 1979, para fruir e aprofundar, em conjunto, o canto tradicional no feminino, um dos mais ricos patrimónios da música rural “a Capella”. Entrecruzando em canto o sagrado e o profano, o ciclo de vida, o ciclo da natureza e o ciclo religioso, o Cramol procura dar a conhecer a quinta-essência do canto da mulher rural no seu quotidiano.Para ouvir em doses moderadas. Estes cantares tradicionais primeiro estranham-se, depois entranham-se.
Eleven years after, the Cramol returns to its own phonografic register.In a permanent search for ancestral sounds and its atavistic soundings, a group of women joins in 1979 to enjoy and delve deeply, together, the traditional feminine singing, one of the richest patrimonies of rural choir music.Their songs intercross the sacred and the profane, the cycle of life, the cycle of nature, the religious cycle; Cramol reaches out the reality of the rural women singing in its daily bases tasks.We advise to listening it in moderated doses. At first it may be weird, but after it gets under your skin
CD1 – 1. Dá La Dou, 2.
Alvíssaras, 3. Em Maio, 4. A candeia, 5. Maçadeiras, 6. Milho Verde, 7. Ai la ri la!, 8. Pelas arrigas do linho, 9. Por cima se ceifa o pão, 10. Agora, agora, 11. Senhora dos Remédios, 12. Arvoredo, 13. Segadinhas, 14. Digo dai, digo dai. 15. As Excelências da Virgem, 16. Saias, 17. Ó cabo, leira, ó cabo, 18. Ó vida da minha vida, 19. Maçadeiras do meu linho, 20. Tascadeiras do meu linho, 21. Se fores à horta, 22. Dona Ancra, 23. Aleluia, 24. Ó Avé Maria, 25. As três ind’ligências, 26. O Vos Omnes, 27. Senhora Sant’Ana, 28. Ai, meu S. João da Ponte, 29. Ai, acordé, 30. San Gonçalo d’Amarante, 31. Ó meu Sr. d’Agonia, 32. Minha Mãe chamou-me Rosa, 33. Ó rico tréu.
CD2 – 1. A confissão da Virgem, 2. Entrai, pastores entrai, 3. Pastores do Verde Prado, 4. Vai-te embora Papão, 5. Arrorró (na ne na), 6. Arrorró, 7. Embalo (cala-te), 8. Embalo, 9. José Embala o Menino, 10. Ró Ró, 11. Canto dos Reis, 12. Santa Maria “Ora Pró Nobis”
Music Música
Um grupo de mulheres canta, muitas das vezes em círculo, polifonias tradicionalmente reservadas ao seu género. Estas mulheres, que partilham a mesma origem urbana, mas que têm profissões e idades muito diversificadas, procuram no seu interior o timbre e a disposição que nasce com cada útero. Esse timbre, por vezes estranho, por vezes estridente, toma diferentes formas não só consoante as regiões do país, mas também conforme a situação em que a canção é evocada, aquilo que conta ou de quem lhe dá voz. Trata-se de uma pesquisa íntima para cada uma destas mulheres, tomada como uma aventura - a aventura de descobrir a essência e a força da sua feminilidade. É afinal uma outra forma de embalar um filho, de se dizer que se está feliz, que se está em sofrimento, que se está apaixonada. O grande desafio é, mais do que reproduzir fielmente os cantos tradicionais de mulheres, enfrentar uma nova disponibilidade da voz e do corpo, recriando uma temporalidade que se julgou perdida nas sociedades de hoje.