JORNAL BLITZ 02 NOV 95
CARTAZ do EXPRESSO de 07 de Outubro de 1995
CRAMOL 14 de Outubro de 1995
21.30 Museu Nacional Machado de Castro Cramol, participação integrada no painel/debate "A recolha"
CANTAR/FALAR
ANA PAULA GUIMARÃES Nós de Vozes
Situemo-nos agora dentro do paradigma romântico e da idealização face à origem da linguagem pela via do canto e da poesia – incorreremos primeiro no risco do evolucionismo unilinear – para passarmos, posteriormente, a reflectir sobre o binómio canto/fala a partir das investigações e prática pedagógica de Frederick Husler.
Cantar e falar não seriam, segundo Rousseau em 1768, diferentes capacidades, diferentes registos da voz. Não existiria na vos única, primordial, distinção entre cantar e falar. No seu Ensaio sobre a Origem das Línguas, adianta, aliás, que essa voz única “para falar e para cantar” não deriva “das necessidades mas das paixões”. Se “as necessidades” ditaram os primeiros gestos”, foram as paixões “que arrancaram as primeiras exclamações”, a voz. *
*Jean-Jacques Rousseau, Ensaio sobre a Origem das Línguas. Lisboa, Estampa, 1981, pg. 47.
A VOZ
Jornal a Página da Educação
Ano 17
Nº 184
Ano 17
Nº 184
DEZEMBRO 2008
As vozes e os donos delas
A voz é o instrumento mais ágil e versátil que existe e não é de admirar que o tema suscite a atenção generalizada. Contraditoriamente, aparece muita gente que sempre se lamenta de nunca ter aprendido um instrumento musical, que... "eu até tinha jeito para a guitarra... para o piano...", etc., etc., mas raramente se referindo à voz como instrumento e à necessidade de aprender a utilizá-lo.
Já por duas vezes se abordou nestas páginas a questão da voz, nomeadamente através da entrevista ao tenor Rui Taveira e a propósito do livro de Margarida Vieira. Também já se sugeriu que do ponto de vista pedagógico e mesmo do ensino formal, o estudo da voz podia (e devia) sair das Escolas de Música (onde se aprende canto).
Hoje poderíamos fazer uma rápida apreciação de alguns grupos musicais que têm colocado a voz in relievo. A saber, e para que conste como traço da década 90:
- o quarteto masculino de Lisboa, Tetvocal;
- ainda em Lisboa, o coro feminino Cramol;
- no Porto, o sexteto masculino Vozes da Rádio e octeto misto Canto Nono.
Apontando algumas características gerais sobre estes grupos, temos:
- com excepção do Cramol, surgiram nos inícios dos anos 90;
- cantam "a capella" (a tradição em Portugal é de grandes grupos corais - associações, coros universitários, etc.);
- executam uma música diferente do que se convencionou chamar música clássica;
- têm trabalhos discográficos editados (o que coloca questões técnicas, de mercado).
Quanto ao "fenómeno" que deu origem a estes grupos, está por explicar, sendo que o facto até talvez nem seja relevante. Mais interessante seria saber porque optaram por não fazer música clássica, quando no nosso país não existe qualquer tradição daqueles géneros musicais-vocais. Neste aspecto são grupos pioneiros. Há quem avance uma explicação: não há compositores para a música vocal clássica do século 20. Se assim é, então estamos perante um problema.
Seja como for, a utilização da voz é nestes grupos uma autêntica novidade (sobre a "socialização" destas propostas vocais não queria de momento adiantar mais nada por se tratar de outra questão).
Um registo final para a recente edição discográfica de João Lóio, onde a voz aparece em diferentes registos. Sabe-se também estar na forja a gravação de música vocal clássica por um grupo coral universitário do Porto; atendendo à qualidade do grupo e à diminuta oferta no mercado discográfico de grupos corais clássicos portugueses, é de ficar na expectativa.
O importante seria é que "o jardin cerrado para muchos", fosse aberto para todos. Mas isso entretanto seria uma outra longa história.
Guilhermino Monteiro
As vozes e os donos delas
A voz é o instrumento mais ágil e versátil que existe e não é de admirar que o tema suscite a atenção generalizada. Contraditoriamente, aparece muita gente que sempre se lamenta de nunca ter aprendido um instrumento musical, que... "eu até tinha jeito para a guitarra... para o piano...", etc., etc., mas raramente se referindo à voz como instrumento e à necessidade de aprender a utilizá-lo.
Já por duas vezes se abordou nestas páginas a questão da voz, nomeadamente através da entrevista ao tenor Rui Taveira e a propósito do livro de Margarida Vieira. Também já se sugeriu que do ponto de vista pedagógico e mesmo do ensino formal, o estudo da voz podia (e devia) sair das Escolas de Música (onde se aprende canto).
Hoje poderíamos fazer uma rápida apreciação de alguns grupos musicais que têm colocado a voz in relievo. A saber, e para que conste como traço da década 90:
- o quarteto masculino de Lisboa, Tetvocal;
- ainda em Lisboa, o coro feminino Cramol;
- no Porto, o sexteto masculino Vozes da Rádio e octeto misto Canto Nono.
Apontando algumas características gerais sobre estes grupos, temos:
- com excepção do Cramol, surgiram nos inícios dos anos 90;
- cantam "a capella" (a tradição em Portugal é de grandes grupos corais - associações, coros universitários, etc.);
- executam uma música diferente do que se convencionou chamar música clássica;
- têm trabalhos discográficos editados (o que coloca questões técnicas, de mercado).
Quanto ao "fenómeno" que deu origem a estes grupos, está por explicar, sendo que o facto até talvez nem seja relevante. Mais interessante seria saber porque optaram por não fazer música clássica, quando no nosso país não existe qualquer tradição daqueles géneros musicais-vocais. Neste aspecto são grupos pioneiros. Há quem avance uma explicação: não há compositores para a música vocal clássica do século 20. Se assim é, então estamos perante um problema.
Seja como for, a utilização da voz é nestes grupos uma autêntica novidade (sobre a "socialização" destas propostas vocais não queria de momento adiantar mais nada por se tratar de outra questão).
Um registo final para a recente edição discográfica de João Lóio, onde a voz aparece em diferentes registos. Sabe-se também estar na forja a gravação de música vocal clássica por um grupo coral universitário do Porto; atendendo à qualidade do grupo e à diminuta oferta no mercado discográfico de grupos corais clássicos portugueses, é de ficar na expectativa.
O importante seria é que "o jardin cerrado para muchos", fosse aberto para todos. Mas isso entretanto seria uma outra longa história.
Guilhermino Monteiro
A voz humana é produzida pela vibração do ar que é expulso dos pulmões pelo diafragma e que passa pelas pregas vocais e é modificado pela boca, lábios e a língua.O Timbre da Voz Humana
O timbre da voz humana depende das várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais. Aí se incluem as cavidades ósseas, cavidades nasais, a boca, a garganta, a traquéia e os pulmões, bem como a própria laringe.
Os seis timbres vocais mais conhecidos sao os de baixo, baritono e tenor para os homens e soprano, mezzo e contralto para mulheres, apesar da existencia do baritenor, do contra-tenor, entre outros.
O timbre da voz humana depende das várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais. Aí se incluem as cavidades ósseas, cavidades nasais, a boca, a garganta, a traquéia e os pulmões, bem como a própria laringe.
Os seis timbres vocais mais conhecidos sao os de baixo, baritono e tenor para os homens e soprano, mezzo e contralto para mulheres, apesar da existencia do baritenor, do contra-tenor, entre outros.
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