quarta-feira, 29 de abril de 2009

Homenagem ao cramol em 08 de Outubro de 2008



Nas comemorações do 39º Aniversário do
Grupo de Teatro

INTERVALO
(incluindo o 1º Acto Clube de Teatro)
O CRAMOL
foi homenageado
no Auditório

Lurdes Norberto
dia 08 de
Outubro de 2008




O convidado especial do Cramol - Zé Mário Branco

Alice; Fernanda; Guida; Lídia; Pilar; Anabela; Graça; São Cabral; São Lança; Mizé; Rita; Antónia; Aurora; Eugénia; Isabel; Lena; Teresa e Zezinha cantaram:

1.Romance de Santa Helena -Trás-os-Montes 7. Em Maio - Manhouce
2. Alvorada - Santa Maria/Açores 8. Senhora dos Remédios -Beira Baixa
3. Digo Dai - Canc. de Lafões 9. Ó Vos Omnes - Alentejo
4. Se fores à horta - Canc. de Arouca 10. Misericórdia - Douro Litoral
5 . Ó cabo leira, ó cabo - Canc. de Arouca 11. Senhora Sant’ Ana - Canc. de Arouca
6. Pelas arrigas do linho-Canc. de Arouca 12. Agora baixou o Sol - Trás-os-Montes


Para falar do CRAMOL convidámos o DOMINGOS MORAIS


TEXTO DO CD "VOZES DE NÓS"

Quem dá voz a este CLAMOR (ou CRAMOL) que se ouve há quase três décadas em Oeiras? E porque persistem estas mulheres em aprender e partilhar saberes que não pertencem ao seu universo urbano? Ou será que pertencem, embora transfigurados e descontextualizados mas ainda apelando ao que de mais essencial caracteriza o ser humano?

Talvez o segredo esteja no processo. Nos ensaios em que o tempo e lugar a que pertencem no seu dia a dia se esbatem e dão lugar a um cerimonial em que a voz e o corpo se soltam e revelam novos sentidos. São assim capazes de embalar sem ter de adormecer, chamar como se estivessem no alto de um monte, invocar trabalhos que já não existem - do linho, das mondas, da apanha da azeitona. E amam e sofrem sem objecto visível, inventam romarias e festas, lançam preces, esconjuros e maldições, fazem encomendações, rezas e promessas cantadas a Divindades que quase deixaram de as acompanhar.

A Terra e os seus frutos são temas constantes, marcando talvez a mais sólida ligação com o seu Tempo, no respeito e gratidão de quem dela depende, agora e sempre. E a Palavra que nasce e se organiza em textos cantados de uma poética deslumbrante.

Quem passa por este processo como que renasce ao estabelecer os elos que permitem compreender o que é ser Mulher. As lições recebidas nessa nova liturgia do Canto terão talvez transformado as suas vidas, dando-lhes instrumentos únicos para ler o Mundo. E premiou-as, pela sua dedicação e persistência, com o mais vasto repertório de canto no feminino de todas as regiões de Portugal, alguma vez foi conhecido por um único grupo.
Será que este CLAMOR chegará a outras mulheres (e homens)?

Domingos Morais


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